Eu no Metaverso

Vanessa Grunwald
4 min readMar 9, 2022

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Em 1992, o escritor de ficção científica Neal Stephenson utilizou o termo Metaverso para descrever um espaço virtual em 3D no seu livro “Snow Crash” (Nevasca, no português).

Quase 30 anos depois, em Outubro de 2021, o Facebook anunciou a troca de sua marca para Meta, posicionando-se como uma empresa do Metaverso (vídeo aqui). A Microsoft também já anunciou que vai entrar na onda, com a famosa citação do Bill Gates de que, daqui a 2 ou 3 anos, a maioria das reuniões se dará no Metaverso.

Within the next two or three years, I predict most virtual meetings will move from 2D camera image grids — which I call the Hollywood Squares model, although I know that probably dates me — to the metaverse, a 3D space with digital avatars. Both Facebook and Microsoft recently unveiled their visions for this, which gave most people their first view of what it will look like.

— Bill Gates on his personal blog (gatesnotes.com) December 07, 2021

Minha primeira experiência com realidade virtual foi em Maio de 2018, quando fiz uma apresentação para uma plateia virtual utilizando o equipamento da Panic Lobster. Me recordo, na época, de ter achado a experiência fantástica para treino de oratória. Apesar dessa primeira experiência positiva, confesso que eu relutei com a ideia de aderir ao Metaverso, principalmente pela associação do Facebook aos escândalos da Cambridge Analytica.

No entanto, por causa do meu envolvimento com tecnologia Blockchain e Web3, assuntos correlatos ao Metaverso, resolvi adquirir um Oculus Quest 2 para explorar o Metaverso de uma maneira mais prática. Escrevo este artigo para compartilhar minhas primeiras impressões.

Minha primeira experiência com realidade virtual em Maio de 2018.

Primeiros aplicativos que eu baixei

Beat Saber — Aplicativo de jogo com música, onde você utiliza sabres de luz para quebrar cubos que flutuam na sua direção no ritmo da música que está tocando. Tem vídeo, dá play!

Tripp — Aplicativo de meditação com gráficos muito bonitos. Surpreendeu.

Horizon Workrooms — Aplicativo de produtividade para reuniões virtuais que pertence ao próprio grupo Meta. Ainda está em versão beta e possui bastante críticas na loja, porém é o mais popular da categoria.

Jurassic World — Pequenos vídeos 3D inspirados na série Jurassic Park. Ver os dinossauros de perto é superlegal, porém não há interação. É bem passivo e enjoa rápido.

Jogando Beat Saber — Volume 2, música Unlimited Power, velocidade normal.

Surpresa Positiva: Variedade de Apps

Minha pré-concepção sobre os aplicativos do Oculus é de que eles seriam, em sua maioria, jogos. Nesse quesito me surpreendi positivamente, pois a variedade de apps é bem grande. Fitness e produtividade são bem prevalecentes.

Surpresa Negativa: Os Preços em Dólar

O custo de aquisição do Oculus Quest 2 varia de 2,7 mil a 3,7 mil reais dependendo das configurações de memória desejadas. O preço do equipamento em si não me surpreendeu, visto que eu já imaginava algo em torno de 3 mil reais quando comecei a pesquisar o produto.

Já o preço dos aplicativos adquiridos em dólar não ajuda os brasileiros. Durante o final de semana, por exemplo, comprei o Beat Saber por USD 29,99 mais dois álbuns de música dentro do jogo por USD 12,99 e USD 9,99. O total em reais faturado no meu cartão de crédito somou quase 300 reais (R$ 297,25). Só um jogo em um final de semana.

Já sofri uma contusão, mas passo bem.

Para interagir com o Metaverso, o Oculus possui um conceito de guardião — uma área de segurança na qual você pode se movimentar sem esbarrar em objetos. Durante um momento mais acelerado do jogo Beat Saber, eu saí do guardião e bati meu dedo contra o móvel da TV da sala. Foi um susto e tanto! Removi o Oculus instantaneamente e me deparei com o meu dedão esquerdo completamente roxo. Desconfiei que poderia ter sido uma fratura, então fui ao pronto socorro mais próximo fazer um raio-X. Por fim, não quebrei nenhum osso e o diagnóstico do médico foi de contusão (ufa!). Estou com uma tala na mão que será removida amanhã.

A lição que tiro dessa experiência é sobre a importância do guardião. Vale ressaltar que o aplicativo dá todos os alertas possíveis de segurança quanto ao guardião para evitar esse tipo de acidente — eu que agi na empolgação. My bad.

Minha contusão na realidade virtual.

Já tive problemas técnicos.

Em uma ocasião tentei ligar o Oculus e ele ficou travado em loop na tela inicial. Resolvi o problema com este tutorial da Lifewire — obrigada internet! A julgar pela existência de tais tutoriais, imagino que problemas assim sejam comuns.

Por fim, a captura de vídeos pelo aplicativo do celular trava razoavelmente, mas ainda não investiguei o problema o suficiente para saber se é comum ou se é algo particular do meu celular.

Ficou com alguma dúvida ou curiosidade? É só entrar em contato comigo 😊

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Written by Vanessa Grunwald

Energy Transition, Blockchain & Web 3.0

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